Thursday, March 10, 2005

 

Capítulo 1

Entre coxas e bananas, eis que surge de um grito gozado uma peculiar republiqueta. Localizada em meio às Ilhotas de Langherans e rica em bigodes, decotes e algemas, tal republiqueta é povoada por um pequeno número de paquidermes, corrupção, fraquezas da carne, dengues e cóleras. Selando a pitoresca civilização, o local ainda conta com a presença de uma bruxa canibal que habita a Caverna da Rebimboca e que, assim como os demais habitantes dali, dá o que falar. E esse encantador pedacinho de céu, onde Deus porta tridente e Diabo é respeitável entidade, tem como nome oficial República Federativa do Balacubaco.

Nossa história explode em purpurinas, plumas e paetês, na noite de estréia do local referência dessa república: o cabaré. Este espaço único de prazer e diversão foi reformado após ter sido comprado por uma dama, ainda obscura aos ainda pacatos e superficiais moradores daquela cidadezinha qualquer. O cabaré possuía um letreiro luminoso, onde uma mulher, num movimento uniforme, cruzava e descruzava as pernas. Penetrando o instigante local, era possível ouvir os sons guturais e aconchegantes de boas-vindas para a fiel clientela, o que exalava o gosto doce das transa-ações. As dependências daquele lugar eram devidamente adequadas às necessidades dos corpos que, dotados de pecado original e permanente, encontravam-se para celebrar a vida. Havia o palco no centro para as artistas, estas que carregavam no corpo a região que lhes era matéria-prima para suas obras. Um bar era facilmente encontrado na lateral do salão, para servir de combustível às atividades noturnas. O salão possuía também escadas ao fundo que se enroscavam e se encontravam feito serpentes. Por aqueles degraus escamosos subiam homens ébrios e mulheres vaginais. Apesar de não ser preciso, já que importavam mais as atividades que a denominação, este dissoluto antro atendia pelo nome de Lãs Richiteiras. E sendo aquela noite de estréia abafada e litorânea como tantas outras, os sobreviventes da última e escusa ressaca financeira compareceram ali em peso.

Ao apagar da luz do dia, a casa abria-se em um movimento ginecológico. O xerife, que no momento ocupava o cargo de presidente da republiqueta, foi o primeiro dos clientes a chegar. Claro! Afinal de contas, ele precisava averiguar os predicados de uma senhora conhecida como a responsável por aquele local. Essa senhora era Femme Fatale, mais irresponsável e atraente do que realmente responsável pelo cabaré. E, cumprindo um de seus papéis, a senhora Fatale dava as boas-vindas a quem chegava ao local. Com Ducéu – o xerife – não foi e nem seria diferente. Muito menos com os demais ardentes clientes que não paravam de chegar.
Como um deles que acabava de introduzir seu corpo no local. Entrava no cabaré com o olhar por cima – e pensamento no embaixo de todos –: era o malandro de maior fama e eficiência da República do Balacubaco. Essa sua fama nada tinha de límpido. Construída pela sua roupa branca, chapéu de palha e afiada navalha, essa notoriedade de malandro de bigodinho indecente originou-lhe o nome pelo qual era conhecido: Taradinho do Andaraí. Sua voz inconfundível, seus olhos e todas aquelas balelas ditas importantes para os relacionamentos, eram superados pela sua positiva performance quando estava no cabaré em uma das camas, com uma das prostitutas. Ou com as duas.

Essas prostitutas eram trabalhadoras incansáveis contratadas por Femme Fatale e tinham até a carteira assinada, já que trabalho ali não faltava. Mas pouco se sabia sobre suas personalidades e interesses. Isso ficava fora do contrato.

Quando enfim o salão estava cheio, surgia do tudo que era o palco à meia luz um ainda nada vulto de mulher misteriosa. Num hobby de plumas pretas nascia então Femme Fatale que era acompanhada pelas ocultas e principais donzelas da noite: Ana de Amsterdan e Maria Brasil, as tais prostitutas. Assim estava tudo pronto para que fosse realizado o show que abria tudo, das atividades do salão ao que mais fosse desejado. No compasso do can can, elas acalentavam o gozo noturno. Inspirando os sedentos olhos e membros mais baixos dos corpos com seus trajes e bocas provocantes, as três conduziam os sonhos infernais de todos. A ansiedade de ter as moças fora do palco era regada com as bebidas fortes e charutos exagerados no local.
Quando a excitante apresentação terminava, Femme e suas meninas desciam em direção ao público. Os homens já se encontravam, a essa altura, loucos para logo subirem aos quartos. Grande, entre outras coisas, era a vontade de ter, pelo menos por um instante, as mãos segurando aqueles corpos tão perfeitos. Mas quando finalmente a função da casa estava pronta para começar, eis que surgiu Woody Allen entrando com seu rádio tocador de reagge no cabaré.

Comments:
Pessoas que possivelmente entrarão nesse blog, saibam que essa é uma estória cativante, indizível, des-pudorada e principalmente imperdível.Meninas parabéns para nós!!!Nosso novo filhote, escrito a seis mãos, vai bombar!!!!!!!!!!!!Tah perfeito o primeiro capítulo(olha a mãe coruja se manifestando!!!).
Bjocas mil para todos e sejam bem-vindos!
 
Concordo Pri! Nosso filhote pervertido e bastardo (ou quase isso) é de dar orgulho!!!!! Parabéns para as mãos des-pudoradas e para os múltiplos pais! beijos Mil.
 
Minhas queridas Mamães...
Só tenho a dizer que estou A-DO-RAN-DO esta história tão excitante !!! HAHAHA
Que vocês continuem alimentando tamanho carinho e dedicação a este filhote, para que ele cresça, cada vez mais ! ;)
Fico, ansiosamente, à espera do próximo capítulo !!!
Bjitxus para todas !
 
Muy LoKo.Parece texto do Arnaldo Jabor, quando ele toca nesse tipo de assunto. Gostei, gostei. Vou vir aqui sempre prá ler
 
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